Bons resultados na comercialização de soja
Muitos produtores correram para fechar os negócios, aproveitando a alta do mercado
Segundo dados do Ministério da Economia, as exportações brasileiras de óleo e farelo de soja chegaram a quase 20 milhões de toneladas entre janeiro a outubro de 2022, ou seja, um volume recorde. Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as exportações dos dois produtos fecham em 22,5 milhões de toneladas.
Sobre o óleo de soja apenas, as exportações nos dez primeiros meses passaram de 2,16 milhões de toneladas. Enfim, um resultado 63% maior que no mesmo período do ano passado. Agora, em relação a 2020, o crescimento chega a 235%.
Já quanto ao farelo de trigo, a Indonésia foi o principal mercado do farelo brasileiro, pois o país asiático importou 2,6 milhões de toneladas. A Conab ressalta que houve bons preços no mercado internacional, já que a procura, tanto de farelo como o óleo de soja, está aquecida, possibilitando manter os preços em patamares elevados neste mercado.
Para completar, o mercado brasileiro registrou uma boa semana na comercialização de soja e se encerra, segundo o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, com mais de 1,5 milhão de toneladas. Mesmo com a última semana um pouco mais curta devido aos jogos da seleção brasileira de futebol, que ocorreram nos dias 5 e 9 de outubro, o saldo foi positivo diante dos ganhos dos futuros em Chicago, que chegaram a testar os US$ 15,00 por bushel.
Segundo o consultor, muitos produtores correram para fechar seus negócios, aproveitando o mercado que esteve em alta, com cerca de R$ 189,00 nos portos e R$ 190,00 para o dezembro cheio. “Assim, somente na última quinta-feira (8), foram vendidas algo entre 500 mil e 700 mil toneladas. O mercado foi bem favorável.”
Além do mais, o especialista lembra que as chuvas deverão chegar a maior parte das regiões nacionais nos próximos dias, à exceção do Rio Grande do Sul, que ainda é o ponto central de atenção na safra de soja 2022/23 do Brasil.
A Conab trouxe a colheita estimada em 153,47 milhões de toneladas e o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve seu número hoje em 152 milhões. O número apontado pela companhia para a safra 2022/23 de soja do Brasil divide opiniões entre os analistas e consultores de mercado e chama a atenção dos produtores rurais.
A preocupação é porque a América do Sul passa pelo terceiro ano consecutivo de La Niña e as condições climáticas se mostram bastante adversas em algumas regiões fortes de produção da cultura e podem mexer nas estimativas.
De acordo com o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, o clima ainda não está decidido para este teto produtivo". Assim, a consultoria já trabalha com uma projeção de safra, em um teto produtivo, de 150,2 milhões de toneladas. "Vamos viver todo esse mercado climático da América do Sul agora”, avalia.