Com alto potencial produtivo, BRS Capiaçu alimenta rebanho na seca
Variedade de capim é bastante procurada por pecuaristas leiteiros. “A silagem ensacada é uma opção de baixo custo, acessível a qualquer produtor e tem durabilidade superior a 12 meses”, destaca médica veterinária da Emater
Favorita entre os pecuaristas leiteiros, o BRS Capiaçu tem sido fundamental para produtores de Anápolis, município da Região Metropolitana de Goiânia, assistidos pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). Com a silagem do capim, tem sido possível estocar alimento para que o rebanho possa se alimentar adequadamente no período de entressafra.
“A silagem ensacada é uma opção de baixo custo, acessível a qualquer produtor e tem durabilidade superior a 12 meses”, explica a médica veterinária da Emater, Dulce Pereira Primo. A profissional destaca ainda que o material é fácil de ser armazenado, transportado e fornecido aos animais. “O produtor pode também vender o excedente e assim obter uma renda extra”, acrescenta.
Com quatro alqueires, a propriedade do pecuarista Roberto Augusto Monteiro, conta com 40 cabeças de gado para a produção de leite. Há cerca de dois anos, o produtor recebeu 25 mudas de BRS Capiaçu da Emater para implantar uma capineira. “Achei vantagem. Eu coloco lá no cocho, com o capim verde do pasto, as vacas comem e a produção não diminuiu. É um excelente capim”, declara.
“A Emater ajudou muito. Plantei as mudas, zelei e ficou bom. O BRS Capiaçu tem bem mais vitaminas. Estou tratando dos bezerros com ele puro e os bezerros estão melhorando. Isso porque esse capim tem proteína boa”, finaliza. Roberto conta que o resultado tem sido tão positivo que ele já distribuiu mudas para os produtores rurais vizinhos.
Silagem
Dulce Pereira orienta que o processo de silagem do Capiaçu deve ser realizado quando o material apresentar volume de 18% a 20% de matéria seca. Isso acontece entre 90 e 110 dias após a rebrota do capim. Ainda segundo a médica veterinária, o capim a ser ensilado precisa ser picado em partículas de 10 a 15 milímetros, compactado e ensacado manual ou mecanicamente.
“A compressão é necessária para expulsar a maior quantidade de oxigênio possível, já o saco em que for armazenado é preciso ser cuidadosamente fechado para permitir uma boa fermentação”, explica Pereira. Ela revela também que, além da silagem ensacada, os produtores que a Emater tem atendido já estão produzindo e utilizando silo de superfície e Capiaçu verde picado no cocho.
BRS Capiaçu
A variedade BRS Capiaçu é um clone de capim-elefante, obtido através de um programa de melhoramento conduzido pela empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Gado de Leite, em Minas Gerais, no ano de 2016.
Com alto rendimento para suplementação volumosa na forma de silagem ou picado verde, chegando a até 4,20 metros de altura, a cultivar apresenta maior produção de matéria seca a um menor custo em relação ao milho e a cana-de-açúcar, possuindo ainda boa tolerância aos períodos de seca.
A silagem do BRS Capiaçu é indicada para bovinos de corte, leite e pequenos ruminantes, mas também pode ser utilizada para a produção de biomassa energética devido ao seu elevado potencial de produção (50t/ha/ano). Além disso, é ainda bastante responsivo quanto ao uso de fertilizantes e irrigação.
Unidades de distribuição
Desde 2020, a Emater vem instalando por Goiás unidades de distribuição de mudas de BRS Capiaçu. Os locais são implantados em propriedades assistidas pela entidade e já somam mais de 160 espaços em todas as regiões do Estado.
As mudas são distribuídas pela Embrapa aos escritórios locais da Emater, que por sua vez as destina aos produtores interessados em participar do projeto, que se tornam agentes da rede de Unidades de Multiplicação. O propósito é que esses pecuaristas realizem a doação das mudas para outros produtores rurais da região, articulando entre si um sistema de compartilhamento da tecnologia.
Emater Goiás
Comunicação Setorial