Cooperativas ajudam prefeituras na gestão correta de resíduos recicláveis

Cooperativas ajudam prefeituras na gestão correta de resíduos recicláveis
Foto: Divulgação/OCB

Com o fim obrigatório dos lixões, o destino para os resíduos sólidos ainda é desafio para os municípios goianos

Comunicação OCB/GO

Goiás tem 186 lixões que ainda recebem resíduos sólidos de maneira inadequada e irregular, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Além do lixo gerado pela comunidade, há também os resíduos das grandes empresas, chamadas grandes geradoras. Dados da pasta também apontam que 86% dos resíduos da construção civil são descartados de modo irregular em Goiás. 

Conforme o Marco Legal do Saneamento Básico, os lixões devem ser desativados e substituídos por aterros sanitários regulares até agosto de 2024. Anteriormente, esse prazo já havia sido estendido por dez anos, quando a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelecia o fim dos lixões até 2014. Com o fim dos lixões, o destino para os resíduos se torna um desafio para muitas empresas e órgãos públicos.  

Todo município será obrigado a implementar o serviço de coleta seletiva até seis meses depois da publicação do decreto. Ou seja: até junho de 2024. A coleta deve alcançar, no mínimo, 10% da população urbana em um ano após o seu início. Esse percentual deve aumentar para o mínimo anual de 15% da população total atendida a cada ano. Todo material coletado deve ser enviado às cooperativas ou associações de catadores. 

Solução sustentável 

Nesse cenário, as cooperativas de reciclagem surgem como uma solução sustentável, prática e de menor custo para os municípios. Isso porque, no mercado, há empresas que fazem a gestão dos resíduos de forma ecologicamente sustentável e de acordo com a legislação vigente. Mas a vantagem das cooperativas é que elas desempenham um trabalho semelhante por um valor menor. Além disso, promovem a inserção econômica de trabalhadores que, muitas vezes, estão à margem do mercado, com geração de renda, melhoria das condições de trabalho e, consequentemente, da qualidade de vida – o que leva a um ciclo mais significativo de sustentabilidade. 

Como alternativa para o descarte do lixo, as prefeituras podem estabelecer parcerias com empresas privadas interessadas em adquirir os materiais recicláveis coletados pelas cooperativas, criando um sistema sustentável de reciclagem.  

O SESCOOP/GO, braço educacional do Sistema OCB/GO, trabalha com a formação e capacitação do público das cooperativas. Um dos programas realizado é o Coopertrilhas, que identifica as necessidades de cada cooperativa para oferecer uma solução específica, que atenda as principais demandas de gestão, comerciais e de formação profissional. 

Goiânia 

A Prefeitura de Goiânia atua, por exemplo, em conjunto com a Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis Dom Fernando (Cooprec). Fundada em 1988, a Cooprec é pioneira no segmento em Goiás. A cooperativa transforma 820 toneladas de lixo por mês em oportunidade de renda para 23 famílias.  

“Incentivamos sempre o cooperado a não pensar somente nele, mas na comunidade em geral, desde o trabalho até o dia a dia em casa. Sabemos que a mudança não é do dia para a noite. É um trabalho de formiguinha, mas precisamos ter essa consciência ambiental”, explica Nair Rodrigues, diretora da Cooprec. 

Por 15 anos, os cooperados coletavam o lixo nas ruas, produziam telhas, papelão, plástico e até mesmo granulado para fabricação de mangueiras e sacos de lixo para realizarem os trabalhos artesanais. Posteriormente, a Cooprec passou a atuar somente com a separação e destinação dos resíduos. 

Além da Comurg, a cooperativa também recebe lixo de grandes geradores, isto é, estabelecimentos comerciais, industriais, institucionais ou de serviços que produzem uma quantidade significativa de resíduos sólidos. Além da importância econômica e ambiental, Nair Rodrigues também destaca a inclusão social promovida pelas cooperativas.  

Por 15 anos, os cooperados coletavam o lixo nas ruas, produziam telhas, papelão, plástico e até mesmo granulado para fabricação de mangueiras e sacos de lixo para realizarem os trabalhos artesanais. Posteriormente, a Cooprec passou a atuar somente com a separação e destinação dos resíduos. 

Além da Comurg, a cooperativa também recebe lixo de grandes geradores, isto é, estabelecimentos comerciais, industriais, institucionais ou de serviços que produzem uma quantidade significativa de resíduos sólidos. Além da importância econômica e ambiental, Nair Rodrigues também destaca a inclusão social promovida pelas cooperativas.  

COMO AS COOPERATIVAS PODEM ATUAR 

Gestão de Resíduos 

As cooperativas podem ajudar na coleta seletiva e na gestão dos resíduos recicláveis, separando-os adequadamente para reciclagem. 

Geração de Renda 

Ao criar oportunidades de emprego e renda para os membros da cooperativa, as prefeituras podem ajudar a fortalecer a economia local. 

Redução do Impacto Ambiental 

A reciclagem reduz a quantidade de resíduos que vão para aterros sanitários ou são descartados de forma inadequada, ajudando a proteger o meio ambiente. 

Promoção da Sustentabilidade 

Apoiar as cooperativas de reciclagem pode ajudar a promover uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade ambiental entre os moradores locais. 

Inclusão Social 

Muitas vezes, os catadores de materiais recicláveis são membros de comunidades mais vulneráveis. Ao apoiar as cooperativas, as prefeituras estão promovendo a inclusão social e a igualdade de oportunidades.