Fabiano Falqueto e Diego Victor são condenados no assassinato de Tatilla Marçal

Fabiano Falqueto e Diego Victor são condenados no assassinato de Tatilla Marçal
Fabiano Falqueto: condenado a mais de 27 anos no crime de Tatylla Marçal. Foto: Reprodução

Crime cometido há 10 anos chocou Jataí e foi julgado no dia de ontem 23 de janeiro 2024.

O empresário Fabiano Antônio Falqueto que na época do crime tinha 29 anos, foi condenado a mais de 27 anos de prisão (regime fechado), pela morte da namorada Tatilla Marçal que tinha 24 anos à época.
O julgamento no fórum de Jataí, aguardado por 10 anos, durou 24 horas, e também condenou Diego Victor Marçal, autor do crime, a mais de 18 anos de prisão em regime fechado.

Entenda o caso
Após seis dias preso, o empresário Fabiano Antônio Falqueto, de 29 anos, suspeito de mandar sequestrar e matar a namorada, Tatylla Cristina Marçal da Silva, de 24 anos, em Jataí, na região sudoeste de Goiás, deixou o presídio na noite de quarta-feira (14/2014). A Justiça de Goiás concedeu habeas corpus alegando falta de provas do envolvimento dele no crime.

O advogado de Fabiano, Márcio Severino, ressaltou que o empresário é inocente. “Ele não cometeu o crime, tanto que o Tribunal de Justiça concedeu a soltura liminarmente. Ele tem bons antecedentes”.

Responsável pela investigação, o delegado regional André Fernandes preferiu não comentar a revogação da prisão temporária do empresário. Mas informou ao G1 que o suspeito não assumiu ser o mandante do crime. “Ele ainda não confessou e diz que não mandou matar a vítima”, afirmou o delegado.

Tatylla foi encontrada morta em uma pedreira em 18 de abril de 2014, cinco dias após ter desaparecido. A jovem tinha sido vista pela última vez saindo de uma igreja. Câmeras de segurança registraram o carro da jovem sendo seguido por uma caminhonete, que, segundo a polícia, pertence ao namorado dela. Em depoimento logo após essa constatação, Fabiano negou que se encontrou com Tatylla no dia em que ela desapareceu.

Segundo o delegado, o empresário pagou R$ 18 mil para dois jovens cometerem o crime. Há três dias, as polícias Civil e Militar fazem buscas pela dupla na área rural de Jataí, pois fazendeiros denunciaram que foram roubados pelos rapazes.

O comandante da Polícia Militar de Jataí, major Davi Pires, disse que fotos confirmaram que os assaltantes são os dois suspeitos de matar Tatylla.  “As vítimas dos dois casos mostraram fotos e houve o reconhecimento deles. Inclusive, em uma das fazendas, ele foi reconhecido no momento da abordagem devido ter trabalhado em uma fazenda vizinha. Tudo leva a crer que são eles realmente tentando fugir dessa situação”, explicou o major.

Crime
Tatylla desapareceu no dia 13 de abril de 2014 após sair de uma igreja em Jataí. “Eu liguei para ela, ela estava chorando e eu não perguntei o que foi. Aí eu a chamei para ir para igreja. Ela foi, saiu mais cedo e foi embora. Disse que ia dormir”, relatou a mãe da jovem na época, Adenilda Marçal Trindade.

Ao notar o desaparecimento da filha, Adenilda tentou ligar várias vezes para o celular de Tatylla, mas as ligações sempre caíam na caixa postal.

No dia 17 de abril, o carro de Tatylla foi encontrado em uma casa de Goiânia durante uma operação do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) da Polícia Militar. Na mesma ação, a polícia prendeu seis pessoas, entre elas um idoso de 77 anos e uma mulher de 35 anos, e apreendeu um menor de 17 anos. Segundo a Polícia Militar, os suspeitos afirmaram que pegaram o veículo com terceiros e disseram não ter informações sobre o sumiço da jovem.

No dia seguinte, a polícia encontrou o corpo da vítima em uma pedreira de Goiânia. Ela foi enterrada no dia 19 de abril de 2014, em Jataí.

Investigação
A polícia prendeu o namorado de Tatylla no último dia 8 de maio. Para o delegado, não há dúvidas de que Fabiano é o mandante do assassinato. "Nós temos provas contundentes de que ele foi o mandante do crime e pagou uma importância em dinheiro para os executores, que são de Jataí. Agora, a polícia está atrás deles. Voltamos nossos objetivos para esses executores, para que seja finalizada a investigação”, destacou André Fernandes.

De acordo com as investigações, depois do sequestro, a vítima foi levada de Jataí para Goiânia. Imagens de um circuito de segurança de um hotel da capital mostraram a jovem sendo conduzida por dois homens, que são os supostos criminosos contratados. "Ela passou a noite no mesmo quarto que eles. Vamos investigar se ela também sofreu abuso", salienta.

O motivo do crime não foi esclarecido. A mãe de Tatylla acredita que a filha tenha sido morta porque pretendia terminar o namoro. “Coração de mãe sente. Acho que foi por aquele ‘nem pra mim e nem pra ninguém’ porque ela não estava querendo ele mais. Ela tinha me falado que ele era um psicopata, que não entendia ele. Ela estava há muito tempo chorando, falando que não queria saber dele. Ele sabia que ela não o queria”, disse.