Tribunal de Justiça de Goiás deve explicações sobre corrupção de desembargadores
Envolvido em mais um escândalo de corrupção, com a citação de que desembargadores teriam vendido sentenças, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás precisa se defender, afinal o maior bem que a Justiça possui é sua credibilidade. Não é possível ver o nome do Judiciário goiano envolvido em denúncias de corrução e o Tribunal simplesmente fingir que nada está acontecendo.
Por: Manoel Messias Rodrigues
O Tribunal de Justiça de Goiás, na pessoa de seu presidente, desembargador Carlos Alberto França, precisa de dar uma resposta para a sociedade goiana sobre as denúncias de corrupção envolvendo magistrados. Não é de hoje que o Judiciário goiano está envolvido em corrupção e, agora, com as revelações do escândalo de desvios de dinheiro e má gestão de recursos oriundos de doações de fiéis para a construção da nova Basílica de Trindade, a citação de desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás em venda de sentenças é um verdadeiro descalabro.
O Tribunal de Justiça de Goiás não pode colocar panos quentes em mais uma denúncia envolvendo integrantes da magistratura estadual. A título de exemplo, podemos citar o caso do juiz Ari de Queiroz, de Goiás, que foi punido pelo Conselho Nacional de Justiça com aposentadoria compulsória (maior punição a um magistrado). E não foi o único. Recentemente, outras denúncias envolvendo magistrados vieram à tona. É notório que o desembargador Gilberto Marques Filho, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, o também desembargador Orloff Neves Rocha e o juiz Ronnie Paes Sandre são investigados pelo Superior Tribunal de Justiça em um suposto esquema de venda de decisões judiciais para favorecer empresas em processo de recuperação judicial.
O desembargador Orloff Neves Rocha é suspeito de pedir R$ 800 mil para favorecer uma empresa em duas sentenças. Esses são apenas casos recentes em que integrantes do Judiciário goiano estão envolvidos em corrupção, tráfico de influência, exploração de prestígio, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro. É altamente ruim para a democracia e para a Justiça o silêncio do Tribunal de Justiça de Goiás.